Preço da cesta básica em Campo Grande em janeiro de 2022

Postado por: BRUNO FERREIRA CAETANO

O Observatório de Economia da UFMS (OBECON) acompanha o preço da cesta básica informado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) e, em especial na capital Campo Grande, procura informar a sociedade qual o reflexo de alterações no preço da cesta básica no bolso dos trabalhadores.

O ano de 2022 começou com alta no valor da cesta básica, segundo o Dieese (2022), a cesta básica em Campo Grande, atualizado em janeiro, atingiu R$ 660,11. No mês passado o gasto foi de R$ 641,37, ou seja, houve um aumento de 2,92% no valor da cesta básica em comparação a dezembro de 2021. De forma comparativa, o consumidor desembolsou no mesmo período do ano anterior cerca de R$ 578,62, registrando no mesmo mês do ano corrente um aumento de R$ 81,49. O preço da cesta básica para uma família composta por quatro pessoas, sendo dois adultos e duas crianças, custa em média R$ 1980,33, referente a janeiro de 2022.

A tabela 1 mostra os preços da cesta básica na capital de Campo Grande, bem como suas variações.

TABELA 1– Gasto Mensal – Total da Cesta de jan/2021 à jan/2022

Fonte: adaptado pelas autoras a partir de DIEESE (2022)

De acordo com a tabela 2, o valor da cesta básica compromete mais da metade do salário mínimo, chegando a 58,88% de um salário mínimo que é de R$ 1.212. Em Campo Grande, o preço subiu cerca de 14,08% nos últimos 12 meses, dessa forma, um campo-grandense, para conseguir comprar a cesta básica, precisa trabalhar cerca de 119h49min. A cesta básica da capital se tornou a sétima mais cara do país, ficando atrás apenas de São Paulo, Florianópolis, Rio de Janeiro, Vitória, Porto Alegre e Brasília. As informações são da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos divulgada pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE).

TABELA 2– Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos – Custo e variação da cesta básica em 17 capitais – Brasil – janeiro de 2022

Fonte: DIEESE (2022)

Com base na cesta mais cara que, em janeiro, foi a de São Paulo, o Dieese (2022) estima que o salário mínimo necessário deveria ser equivalente a R$ 5.997,14, o que corresponde a 4,95 vezes o valor do piso atual, de R$1.212. Já em dezembro, o valor mínimo necessário deveria ter sido de R$ 5.800,98, ou seja, 5,27 vezes o piso em vigor, que no mês era de R$1.100,00.

A alta mais expressiva se deu no preço da batata, que teve uma variação 16,15%, no mês passado o produto sofreu uma queda de -24,91%. Segundo a explicação da DIEESE, o aumento se deu pelas chuvas de janeiro, que atrasaram a colheita e causaram uma redução na oferta do tubérculo. Os produtos que mais aumentaram de acordo com dados do Dieese (2022), foram: tomate (8,23%), café em pó (5,55%), banana (4,44%), óleo de soja (3,31%), manteiga (3,02%), pão francês (2,76%), feijão carioquinha (2,68%), açúcar (2,27%), farinha de trigo (2,14%) e a carne bovina (1,04%). Alguns produtos apresentaram reduções no preço, sendo: arroz agulhinha (-1,60%) e o leite de caixinha (-0,20%).

Com as previsões para 2022 otimistas de crescimento econômico para o Brasil, os estados do centro-oeste e do norte podem dar uma retomada no crescimento econômico. Mato Grosso do Sul pode tomar uma grande ponta na produção de grãos, o que poderá impulsionar o crescimento chegando até 1,5%, diferente de São Paulo, Espírito Santo e Rio de Janeiro que entraram em uma estagnação. Segundo dados da APROSOJA (2022), agricultores buscaram 9,2 bilhões de reais em crédito rural apenas entre julho e dezembro de 2021, 30% a mais do que no mesmo período de 2020. Logo poderá ter uma luz no fim do túnel no ano que se inicia, mas mesmo assim é preciso garantir a cautela em relação ao dinheiro e às compras no mercado.

REFERÊNCIAS

DIEESE. Valor da cesta básica aumenta em 16 capitais em janeiro de 2022. Disponível em: <https://www.dieese.org.br/analisecestabasica/2022/202201cestabasica.pdf>. Acesso em: 10 de fevereiro de 2022.

VACCARI, Glaucea. Em um ano, cesta básica sobe mais de R$81 em Campo Grande e custa 59% do salário mínimo. Correio do Estado. Disponível em: <https://correiodoestado.com.br/economia/preco-da-cesta-basica-em-campo-grande/396302>. Acesso em: 12 de fevereiro de 2022.

APROSOJA. Análise do custo de produção da safra 2021/2022 de soja no Mato Grosso do Sul. Disponível em: <https://aprosojams.org.br/sites/default/files/boletins/CUSTO%20DE%20PRODU%C3%87%C3%83O%202021_2022.pdf>. Acesso em: 14 de fevereiro de 2022.

ARANHA, Carla. Nem tudo está perdido: os estados na trilha do crescimento em 2022. Exame. Disponível em: <https://exame.com/brasil/nem-tudo-esta-perdido-os-estados-na-trilha-do-crescimento-em-2022/>. Acesso em: 12 de fevereiro de 2022.

UOL ECONOMIA. Salário mínimo ideal de janeiro deveria ter sido de R$5.997,14, diz Dieese. Disponível em: <https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2022/02/07/dieese-salario-minimo-necessario-janeiro.htm>. Acesso em: 14 de fevereiro de 2022.

 

Texto elaborado pela equipe do eixo de economia regional:
Joselaine Fachinello Borges e Ludmila Regina Velozo de Camargo. Acadêmicas do
7º período do curso de Ciências Econômicas- Esan/UFMS.
Orientação Profa. Dra. Luciane Carvalho do curso de Ciência Econômicas – Esan/UFMS

 

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