ÍNDICE DE PREÇOS AO CONSUMIDOR AMPLO – IPCA DE FEVEREIRO DE 2024

Postado por: MARIA FERNANDA SANTOS CARVALHO

O Observatório de Economia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (OBECON) acompanha o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) informado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e procura informar a sociedade seus valores.

O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, e se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 40 salários-mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília. Seu cálculo é feito a partir da média ponderada dos preços de nove grupos de produtos e serviços, que são: alimentação e bebidas, habitação, artigos de residência, vestuário, transporte, saúde e cuidados pessoais, despesas pessoais, educação e comunicação. Cada grupo tem um peso específico na composição do índice, refletindo a importância relativa dos gastos das famílias brasileiras. Os preços são atualizados mensalmente para examinar as mudanças no custo de vida da população.

Por meio do IPCA, é possível analisar como está a economia do país. Sendo o principal índice medidor da inflação, ele serve de referência para o monitoramento da inflação por parte do Governo Federal, bem como de informação para definir metas anuais de políticas econômicas. 

De acordo com a publicação do IPCA realizada pelo IBGE no dia 12 de março deste ano, 2024, a inflação do país acelerou em fevereiro e registrou alta de 0,83%, após fechar janeiro em 0,42%. Os preços do grupo de Educação tiveram o maior crescimento, de 4,98%, e o maior impacto, de 0,29 ponto percentual (p.p.) no total. No ano, o IPCA acumula alta de 1,25% e, nos últimos 12 meses, de 4,50%. Em comparação a fevereiro de 2023, a variação havia sido de 0,84%.

Dos nove grupos pesquisados pelo IBGE, sete tiveram alta em fevereiro. Nas atividades de Educação, a maior contribuição veio dos cursos regulares, 6,13%. Esse resultado se deve aos reajustes habitualmente praticados no início do ano letivo. As maiores altas nos preços vieram do ensino médio, de 8,51%, do ensino fundamental, 8,24%, da pré-escola, 8,05%, e da creche, 6,03%. Também houve aumento na inflação do curso técnico, de 6,14%, do ensino superior, 3,81%, e da pós-graduação em 2,76%.

Gráfico 1 – IPCA – Variação mensal (%)

 Fonte: IBGE – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo.

Além de Educação, outros grupos também tiveram altas em destaque, como Alimentação e bebidas, que aumentou 0,95%, impactando em 0,20 p.p. o IPCA do mês. Na alimentação no domicílio, a alta foi de 1,12%, com influência dos aumentos de preços da cebola, em 7,37%, da batata-inglesa, em 6,79%, das frutas, 3,74%, do arroz em 3,69% e do leite longa vida em 3,49%. “Neste caso, houve influência do clima, por conta de temperaturas mais elevadas e um maior volume de chuvas”, justifica André Almeida, gerente de pesquisa. Já a alimentação fora do domicílio teve alta de 0,49%, acelerando em relação ao mês de janeiro, quando registrou inflação de 0,25%. O subitem refeição foi outro cujos preços aceleraram: 0,67% em fevereiro contra 0,17% em janeiro. Já o lanche fechou em 0,25%, desacelerando em relação ao mês anterior, cujo valor foi de 0,32%.

A inflação de fevereiro também foi pressionada pelo grupo Transportes, com alta de 0,72% e impacto de 0,15 p.p. no total do IPCA. Se por um lado, as passagens áreas tiveram o maior impacto negativo (-0,09 p.p.) de todo o índice, com queda de 10,71%, por outro, todos os combustíveis pesquisados tiveram alta: o etanol, 4,52%, o gás veicular, 0,22%, o óleo diesel, 0,14%, e, principalmente, a gasolina, com 2,93%, que apresentou o maior impacto individual de toda a pesquisa, de 0,14 p.p. Ainda em Transportes, também foi observado alta no subitem táxi, 0,64%, e ônibus urbano, 1,91%.

No grupo Habitação, com alta de 0,27%, destacam-se a alta da taxa de água e esgoto, 0,11%, e a queda em gás encanado (-1,40%). Já em Comunicação, com inflação de 1,56%, o resultado foi pressionado pelas altas de televisão por assinatura, em 4,02%, e do combo de telefonia, internet e televisão por assinatura, com 3,29%.

O IPCA também analisa a inflação regional. Em fevereiro, todas as áreas de abrangência da pesquisa tiveram alta de preços, com a maior variação em Aracaju, de 1,09%, influenciada pela gasolina, com alta de 10,45%. Já o menor resultado foi registrado em Rio Branco, com valor de 0,26%, por conta da queda nos preços da passagem aérea (-19,37%).

O próximo resultado do IPCA, referente a março, será divulgado em 10 de abril. O Observatório de Economia está atento aos cenários econômicos que podem contribuir para oscilações de preço e sempre divulgará as informações.

REFERÊNCIAS

IBGE. IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/economicas/precos-e-custos/9256-indice-nacional-de-precos-ao-consumidor-amplo.html. Acesso em: 18 de março de 2024.

AGÊNCIA IBGE NOTÍCIAS. Inflação é de 0,83% em fevereiro, influenciada pela alta em Educação. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/39387-inflacao-e-de-0-83-em-fevereiro-influenciada-pela-alta-em-educacao. Acesso em: 18 de março de 2024.

Texto elaborado por: Luiz Guilherme G. R. Pereira, Gustavo Marinho, Caio Said e Vitor Bacchi – acadêmicos do curso de ciências econômicas – ESAN/UFMS.

Orientação: Prof. Dra. Luciane Carvalho, do curso de Ciência Econômicas – ESAN/UFMS.

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