O endividamento se trata de uma variável econômica fundamental para a dinâmica da economia, já que influencia diretamente no consumo do país; além de colocar em questão o equilíbrio orçamentário do cidadão e de seus familiares, e implicações sociais, como, marginalização, evasão escolar, difusão de famílias entre outros. Ademais, com o endividamento excessivo, o consumo deve se reduzir drasticamente devido a insegurança, e em consequência o Produto Interno Bruto (PIB) entrará em períodos de dificuldades de crescimento econômico. Assim, podemos ver a real importância de analisar e acompanhar esse índice, que afeta diretamente a vida cotidiana da população, para assim conseguirmos distinguir que rumos a economia está tomando.

De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC, 2024), criada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços, Turismo (CNC), aponta que no mês de março de 2024 o índice de famílias endividadas na Capital de Mato Grosso do Sul aumentou ligeiramente e fechou em 64,2% frente a 63,9% em fevereiro”. PEIC desenvolveu uma tabela com os níveis de endividamento de pessoas que estão comprometidas com dívidas de cheques pré-datados, cartões de crédito, carnês de lojas, empréstimo pessoal, prestações de carro e seguros. Onde 17,2% estão muito endivida, 18,4% mais ou menos endividado, 28,3% pouco endividado, e 35,8% não possui dívidas desse tipo.

Gráfico 1 – Nível de endividamento (%)

Fonte: PEIC – Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor – março/2024.

Segundo PEIC (2024), em relação a evolução do endividamento, em Março de 2023 o total de endividados foi de 60,6%, já em Fevereiro de 2024 apresentou 63,9%, e em Março de 2024 64,2%. Nota-se, que os dados de inadimplência apresentaram um decréscimo, passando de 12,6 para 9,7%. 

Tabela 1 – Comparação do endividamento de Março de 2023 com Fevereiro e Março de 2024.

Fonte: PEIC – Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor – Março/2024.

Segundo entrevista feita pelo Correio Braziliense a diretora da Recovery, especialista em educação financeira, Marcela Gaiato Martins, os principais motivos que levam as famílias a se endividarem são a falta de educação financeira, em especial, ausência do controle dos gastos e das entradas de dinheiro, pedidos de empréstimo, emprestar o nome para terceiros e o mal uso de crédito. Situações inesperadas também contribuem para o endividamento, como doenças na família levando as pessoas a fazerem gastos extras e o desemprego, onde famílias ficam sem sua principal fonte de renda. 

O próximo relatório da PEIC, será divulgado em Maio, referente ao mês de Abril. O Observatório de Economia estará atento aos índices divulgados para contribuir na divulgação das informações, dessa forma conscientizando a população sobre o endividamento.

REFERÊNCIAS

GRANDE -MS, C. PESQUISA DE ENDIVIDAMENTO E INADIMPLENCIA DO CONSUMIDOR – PEIC. [s.l: s.n.]. Disponível em: <https://fecomercio-ms.com.br/wp-content/uploads/2024/04/Peic_marco.pdf>. Acesso em: 17 abr. 2024.

STRICKLAND, F. Saiba as principais causas do endividamento e como evitá-las em 2024. Disponível em: <https://www.correiobraziliense.com.br/economia/2024/03/6812894-saiba-as-principais-causas-do-endividamento-e-como-evita-las-em-2024.html>.Acesso em: 4 abr. 2024.

Texto elaborado por: Leonardo Rodrigues, Lucas Mariano, Maria Fernanda do Carmo e Octavio Molina- acadêmicos do curso de ciências econômicas ESAN/UFMS.

Orientação: Prof. Dra. Luciane Carvalho, do curso de Ciência Econômicas -ESAN/UFMS

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