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ÍNDICE DE PREÇOS AO CONSUMIDOR AMPLO – IPCA DE ABRIL DE 2024

Postado por: MARIA FERNANDA SANTOS CARVALHO

O Observatório de Economia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (OBECON) acompanha o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) informado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e procura informar a sociedade seus valores.

O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, e se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 40 salários-mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília. Seu cálculo é feito a partir da média ponderada dos preços de nove grupos de produtos e serviços, que são: alimentação e bebidas, habitação, artigos de residência, vestuário, transporte, saúde e cuidados pessoais, despesas pessoais, educação e comunicação. Cada grupo tem um peso específico na composição do índice, refletindo a importância relativa dos gastos das famílias brasileiras. Os preços são atualizados mensalmente para examinar as mudanças no custo de vida da população.

Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados no período de 01 de abril a 30 de abril de 2024 com os preços vigentes no período de 29 de fevereiro a 31 de março de 2024. 

Por meio do IPCA, é possível analisar como está a economia do país. Sendo o principal índice medidor da inflação, ele serve de referência para o monitoramento da inflação por parte do Governo Federal, bem como de informação para definir metas anuais de políticas econômicas. 

De acordo com a publicação do IPCA realizada pelo IBGE no dia 10 de abril deste ano – 2024 –, o IPCA foi de 0,38% em abril, 0,22 ponto percentual (p.p.) acima do registrado em março de 0,16%. No ano, a inflação acumula alta de 1,80% e, nos últimos 12 meses, de 3,69%, abaixo dos 3,93% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em abril de 2023, a variação foi de 0,61%.

Os grupos Saúde e cuidados pessoais, com 1,16%, e Alimentação e bebidas, 0,70%, foram os destaques no índice de abril, sendo responsáveis pelos maiores impactos, ambos com 0,15 p.p. Em seguida, com impacto de 0,03 p.p., vieram Vestuário, 0,55%, e Transportes, 0,14%. Os demais ficaram entre o (-0,26%) de Artigos de residência, que junto com Habitação (-0,01%) foram os únicos grupos com variação negativa neste mês, e 0,48% de Comunicação.

Em abril, sete dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta de preços. “Saúde e cuidados pessoais foi impactado pela alta de preços dos produtos farmacêuticos, 2,84%, em decorrência do reajuste de até 4,5% autorizado pela CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos), a partir de 31 de março”, explica André Almeida, gerente do IPCA.

Gráfico 1 – IPCA – Variação mensal (%)

 Fonte: IBGE – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo.

No grupo Alimentação e bebidas, 0,70%, que em março havia apresentado a variação mais intensa, 0,53%, e o maior impacto de 0,11 p.p., a alimentação no domicílio acelerou de 0,59% no mês anterior para 0,81% em abril. Mamão foi de 22,76%, cebola foi de 15,63%, tomate em 14,09% e café moído  em 3,08% apresentaram as altas mais expressivas, provocadas pela menor oferta desses produtos em abril. “Fenômenos climáticos ocorridos no fim de 2023 e no começo de 2024 afetaram a produção”, acrescenta André.   

Já a alimentação fora do domicílio foi de 0,39%, registrou variação semelhante à de março de 0,35%. Embora o lanche tenha desacelerado de 0,66% para 0,44%, o subitem refeição, 0,34%, mostrou variação maior do que a verificada em março em 0,09%.

Após variação negativa no mês passado (-0,33%), Transportes foi de 0,14% teve os subitens com maior impacto positivo e maior impacto negativo no índice de abril, de modo que eles acabaram se anulando. Houve queda na passagem aérea (-12,09% e -0,08 p.p.). No que se refere aos combustíveis, 1,74%, somente gás veicular (-0,51%) teve diminuição de preços. Etanol foi 4,56%, gasolina foi 1,50% e óleo diesel foi 0,32% registraram altas. A gasolina, 0,08 p.p., foi o subitem com maior impacto positivo no IPCA de abril.

Ainda em Transportes, a variação do metrô, 1,72%, sofreu influência do reajuste de 8,69% no Rio de Janeiro, 5,07%, a partir de 12 de abril. Em ônibus urbano, 0,01%, houve reajuste de 2,15% em Campo Grande, 1,06%, a partir de 15 de março. A alta do subitem táxi, 0,21%, é resultado do reajuste médio de 17,64%, a partir de 22 de abril, em Recife de 4,84%.

Quanto aos grupos em que houve redução de preços em abril, Habitação (-0,01%) foi impactado pelo aumento da taxa de água e esgoto, 0,09%, que por sua vez foi influenciada pelo reajuste de 1,95% em Goiânia, 1,75%. Outro fator que contribuiu foi a energia elétrica residencial (-0,46%), devido aos reajustes tarifários efetuados em Salvador (BA), Aracaju (SE), Rio de Janeiro (RJ), Recife (PE), Campo Grande (MS) e Fortaleza (CE). No caso de Artigos de residência, (-0,26%), destaque para a diminuição dos preços de computadores e televisores.

Em relação aos índices regionais, apenas Fortaleza com (-0,15%) teve queda de preços em abril. Isso foi consequência das reduções que ocorreram na gasolina foi (-3,97%) e na energia elétrica residencial foi de (-3,80%). A maior variação foi em Aracaju, 0,78%, provocada principalmente pelas altas da cebola, 27,77%, e do tomate com 23,20%.

O Observatório de Economia está atento aos cenários econômicos que podem contribuir para oscilações de preço e sempre divulgará as informações.

REFERÊNCIAS

IBGE. IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/economicas/precos-e-custos/9256-indice- nacional-de-precos-ao-consumidor-amplo.html. Acesso em: 10 de maio de 2024.

AGÊNCIA IBGE NOTÍCIAS. Inflação acelera para 0,38% em abril, com alta em produtos farmacêuticos e alimentos. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/40032-inflacao-acelera-para-0-38-em-abril-com-alta-em-produtos-farmaceuticos-e-alimentos.

 

Texto elaborado por: Luiz Guilherme G. R. Pereira, Gustavo Marinho, Caio Said e Vitor Bacchi – acadêmicos do curso de ciências econômicas – ESAN/UFMS.

Orientação: Prof. Dra. Luciane Carvalho, do curso de Ciências Econômicas – ESAN/UFMS. 

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