ÍNDICE DE PREÇOS AO CONSUMIDOR AMPLO – IPCA DE ABRIL DE 2025
O Observatório de Economia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (OBCON) acompanha o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) informado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e procura informar a sociedade seus valores.
O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, e se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 40 salários-mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília. Seu cálculo é feito a partir da média ponderada dos preços de nove grupos de produtos e serviços, que são: alimentação e bebidas, habitação, artigos de residência, vestuário, transporte, saúde e cuidados pessoais, despesas pessoais, educação e comunicação. Cada grupo tem um peso específico na composição do índice, refletindo a importância relativa dos gastos das famílias brasileiras. Os preços são atualizados mensalmente para examinar as mudanças no custo de vida da população.
Por meio do IPCA, é possível analisar como está a economia do país. Sendo o principal índice medidor da inflação, ele serve de referência para o monitoramento da inflação por parte do Governo Federal, bem como de informação para definir metas anuais de políticas econômicas.
De acordo com a publicação realizada pelo IBGE no dia 9 de maio de 2025, a inflação do país ficou em 0,43% em abril, após registrar 0,56% no mês anterior. Esse foi o maior IPCA para um mês de abril desde 2023 (0,61%). No ano, o IPCA acumula alta de 2,48% e, nos últimos doze meses, o índice ficou em 5,53%, acima dos 5,48% dos 12 meses imediatamente anteriores. Em abril de 2024, a variação havia sido de 0,38%.
À exceção de Transportes (-0,38%), os demais grupos de produtos e serviços pesquisados apresentaram variação positiva na passagem de março para abril. A maior variação foi registrada no grupo Saúde e cuidados pessoais (1,18%), seguida do Vestuário (1,02%) e do grupo Alimentação e bebidas (0,82%), responsável pelo maior impacto (0,18 p.p.) no índice do mês. Os demais grupos ficaram entre o 0,05% de Educação e o 0,69% de Comunicação.
Tabela 1 – IPCA – Variação mensal (%), abril 2024 – abril 2025.
Em Saúde e cuidados pessoais (1,18%), o resultado foi influenciado pelos produtos farmacêuticos (2,32%), após a autorização do reajuste de até 5,09% nos preços dos medicamentos, a partir de 31 de março, e pelos itens de higiene pessoal (1,09%). No grupo Vestuário (1,02%), destacam-se as altas na roupa feminina (1,45%), na roupa masculina (1,21%) e nos calçados e acessórios (0,60%).
O grupo Alimentação e bebidas desacelerou de 1,17% em março para 0,82% em abril, com a alimentação no domicílio registrando 0,83%. Contribuíram para esse resultado as altas da batata-inglesa (18,29%), do tomate (14,32%) e do café moído (4,48%). No lado das quedas destacam-se a cenoura (10,40%), o arroz (4,19%) e as frutas (0,59%).
A alimentação fora do domicílio registrou alta de 0,80% em abril, frente ao 0,77% de março. O subitem lanche acelerou de 0,63% para 1,38% em abril, e a refeição (0,48%), por sua vez, mostrou desaceleração frente ao resultado de março (0,86%).
No grupo Despesas pessoais (0,54%), sobressaem as altas no cigarro (2,71%) e nos serviços bancários (0,87%).
O grupo Habitação, desacelerou de 0,24% em março para 0,14% em abril. A taxa de água e esgoto (0,25%) incorpora o reajuste de 4,17% nas tarifas em Goiânia (4,17%), a partir de 1º de abril, e de 9,98% em Recife (1,67%), vigente desde 26 de abril. A energia elétrica residencial registrou queda de 0,08% em abril.
Ainda em Transportes, o resultado do metrô (1,01%), contempla o reajuste de 5,33% nas tarifas no Rio de Janeiro (3,33%), a partir de 12 de abril, e a redução de 3,36% em Brasília, em razão da decretação de tarifa zero aos domingos e feriados, a partir de 1º de março. Houve também aumento no táxi (1,15%) em razão do reajuste de 10,91% em Porto Alegre (10,56%), vigente desde 31 de março, e de 14,88% em Aracaju (4,95%), a partir de 11 de março.
No ônibus urbano (-0,09%), a variação considera o reajuste de 4,17% nas tarifas em Porto Alegre (3,95%), a partir de 31 de março, e de 15,00% em Belém (-6,75%), com início em 14 de abril, e gratuidade aos domingos e feriados, mesmo benefício concedido em Brasília (-3,36%), além da tarifa reduzida aos domingos e feriados em Curitiba (-0,92%).
Quanto aos índices regionais, a maior variação (0,95%) ocorreu em Porto Alegre por conta da alta da energia elétrica residencial (3,37%) e do tomate (45,96%). A menor variação ocorreu em Brasília (0,04%) em razão da queda nas passagens aéreas (7,46%) e da gasolina (1,69%).
O Observatório de Economia está atento aos cenários econômicos que podem contribuir para oscilações de preço e sempre divulgará as informações.
REFERÊNCIAS
IBGE. IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/economicas/precos-e-custos/9256-indice-nacional-de-precos-ao-consumidor-amplo.html. Acesso em: 12 de maio de 2025.
AGÊNCIA IBGE NOTÍCIAS. Em abril, IPCA fica em 0,43%. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/releases/43328-em-abril-ipca-fica-em 43. Acesso em: 12 de maio de 2025.
Texto elaborado por: Luiz Guilherme G. R. Pereira, Gustavo Marinho, Caio Said e Vitor Bacchi – acadêmicos do curso de ciências econômicas – ESAN/UFMS.
Orientação: Prof. Dra. Luciane Carvalho, do curso de Ciência Econômicas – ESAN/UFMS.