ÍNDICE DE PREÇOS AO CONSUMIDOR AMPLO – IPCA DE JANEIRO DE 2025

Postado por: MARIA FERNANDA SANTOS CARVALHO

O Observatório de Economia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (OBCON) acompanha o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) informado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e procura informar a sociedade seus valores.

O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, e se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 40 salários-mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília. Seu cálculo é feito a partir da média ponderada dos preços de nove grupos de produtos e serviços, que são: alimentação e bebidas, habitação, artigos de residência, vestuário, transporte, saúde e cuidados pessoais, despesas pessoais, educação e comunicação. Cada grupo tem um peso específico na composição do índice, refletindo a importância relativa dos gastos das famílias brasileiras. Os preços são atualizados mensalmente para examinar as mudanças no custo de vida da população.

Por meio do IPCA, é possível analisar como está a economia do país. Sendo o principal índice medidor da inflação, ele serve de referência para o monitoramento da inflação por parte do Governo Federal, bem como de informação para definir metas anuais de políticas econômicas. 

De acordo com a publicação realizada pelo IBGE no dia 11 de fevereiro de 2025, em janeiro deste ano, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 0,16%, ficando 0,36 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa de dezembro (0,52%). Esse foi o menor IPCA para um mês de janeiro desde a implantação do Plano Real, em 1994. Em dezembro de 2024, a variação havia sido de 0,42%.O IPCA acumula alta de 4,56% nos últimos 12 meses. 

O grupo Transportes, com alta de 1,30% e 0,27 ponto percentual (p.p.), seguido do grupo Alimentação e bebidas (0,96% e 0,21 p.p.) são os grupos com as maiores variações positivas no IPCA de janeiro. O grupo Habitação, com queda de 3,08% e (-0,46 p.p.) de impacto contribuiu para conter o índice do mês.

No grupo dos Transportes (1,30%), o resultado foi influenciado pelo aumento nos preços das passagens aéreas (10,42%) e do ônibus urbano (3,84%). O resultado do ônibus urbano reflete os seguintes reajustes nas tarifas: Belo Horizonte (8,38%): reajuste de 9,52% a partir de 1º de janeiro; Rio de Janeiro (6,98%): reajuste de 9,30% a partir de 5 de janeiro; Salvador (6,00%): reajuste de 7,69% a partir de 4 de janeiro; São Paulo (5,22%): reajuste de 13,64% a partir de 06 de janeiro, contemplando, também, as gratuidades concedidas nos feriados de Ano Novo (01/01) e do aniversário da cidade (25/01); Recife (3,66%): reajuste de 4,87% a partir de 5 de janeiro; Vitória (2,39%): reajuste de 4,38% a partir de 12 de janeiro; Campo Grande (0,84%): reajuste de 4,21% a partir de 24 de janeiro.

Houve também aumento no táxi (1,83%) em razão de reajustes de 7,83% no Rio de janeiro (6,64%) e de 4,79% em Salvador (4,21%). Em São Paulo, foram registrados aumentos de 3,00% no trem e no metrô, em razão do reajuste de 4,00% nas passagens a partir de 06 de janeiro. A variação de 4,53% na integração transporte público em São Paulo também reflete os reajustes citados e as gratuidades concedidas nos feriados de Ano Novo (01/01) e do aniversário da cidade (25/01).

No grupamento dos combustíveis (0,75%), houve aumentos nos preços do etanol (1,82%), do óleo diesel (0,97%), da gasolina (0,61%) e do gás veicular (0,43%).

O grupo Alimentação e bebidas registrou alta de 0,96% em janeiro, quinto aumento consecutivo. A alimentação no domicílio subiu 1,07%, influenciada pelas altas da cenoura (36,14%), do tomate (20,27%), e do café moído (8,56%). Por outro lado, sobressaíram as quedas da batata-inglesa (-9,12%) e do leite longa vida (-1,53%).

A alimentação fora do domicílio desacelerou de 1,19% em dezembro para 0,67% em janeiro. Tanto o lanche (0,94%) quanto a refeição (0,58%) tiveram variações inferiores às do mês anterior (0,96% e 1,42%, respectivamente).

No grupo Habitação (-3,08% e -0,46 p.p.), a energia elétrica residencial foi o subitem com o maior impacto negativo no índice (-0,55 p.p.), ao recuar 14,21% em janeiro. A queda decorre da incorporação do Bônus de Itaipu, creditado nas faturas emitidas em janeiro.

Ainda em Habitação, a alta da taxa de água e esgoto (0,97%) foi influenciada pelos reajustes: 6,42% em Belo Horizonte (5,64%) em 1º de janeiro; 6,84% em Campo Grande (5,59%) em 3 de janeiro; 6,45% em uma das concessionárias em Porto Alegre (2,79%) em 1º de janeiro e 9,83% no Rio de Janeiro (0,62%), a partir de 1º de dezembro. Já o subitem gás encanado (0,49%) reflete o aumento de 4,71% nas tarifas no Rio de Janeiro (4,14%), com vigência a partir de 1º de janeiro e a incorporação integral da redução de 1,41% nas tarifas em São Paulo (-1,41%) vigente desde 10 de dezembro.

Quanto aos índices regionais, a maior variação ocorreu em Aracaju (0,59%), influenciada pela alta das passagens aéreas (13,65%). A menor variação foi em Rio Branco (-0,34%), por conta do recuo da energia elétrica residencial (-16,60%).

Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados entre 28 de dezembro e 29 de janeiro de 2025, com os preços vigentes no período de 29 de novembro a 27 de dezembro de 2024. 

O Observatório de Economia está atento aos cenários econômicos que podem contribuir para oscilações de preço e sempre divulgará as informações.

REFERÊNCIAS

IBGE. IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/economicas/precos-e-custos/9256-indice-nacional-de-precos-ao-consumidor-amplo.html. Acesso em: 11 de fevereiro de 2025.

AGÊNCIA IBGE NOTÍCIAS. Em janeiro, IPCA fica em 0,16%. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/releases/42629-em-janeiro-ipca-fica-em-0-16#:~:text=O%20%C3%8Dndice%20Nacional%20de%20Pre%C3%A7os,sido%20de%200%2C42%25. Acesso em: 11 de fevereiro de 2025.

Texto elaborado por: Luiz Guilherme G. R. Pereira, Gustavo Marinho, Caio Said e Vitor Bacchi – acadêmicos do curso de ciências econômicas – ESAN/UFMS.

Orientação: Prof. Dra. Luciane Carvalho, do curso de Ciência Econômicas – ESAN/UFMS. 

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