ÍNDICE DE PREÇOS AO CONSUMIDOR AMPLO – IPCA DE MAIO DE 2024
O Observatório de Economia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (OBCON) acompanha o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) informado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e procura informar a sociedade seus valores.
O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, e se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 40 salários-mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília. Seu cálculo é feito a partir da média ponderada dos preços de nove grupos de produtos e serviços, que são: alimentação e bebidas, habitação, artigos de residência, vestuário, transporte, saúde e cuidados pessoais, despesas pessoais, educação e comunicação. Cada grupo tem um peso específico na composição do índice, refletindo a importância relativa dos gastos das famílias brasileiras. Os preços são atualizados mensalmente para examinar as mudanças no custo de vida da população.
Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados no período de 1º de maio a 29 de maio de 2024 com os preços vigentes no período de 29 de março a 30 de abril de 2024.
Por meio do IPCA, é possível analisar como está a economia do país. Sendo o principal índice medidor da inflação, ele serve de referência para o monitoramento da inflação por parte do Governo Federal, bem como de informação para definir metas anuais de políticas econômicas.
De acordo com a publicação do IPCA realizada pelo IBGE no dia 11 de junho deste ano – 2024 –, a inflação do país acelerou e foi de 0,46%, e ficou 0,08 ponto percentual (p.p.) acima da taxa de abril, de 0,38%. No ano, o IPCA acumula alta de 2,27% e, nos últimos 12 meses, de 3,93%, acima dos 3,69% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em maio de 2023, a variação havia sido de 0,23%.
TABELA 1 – IPCA – Taxa mensal e comparação com o mês de maio do ano passado (2023). Acumulado do ano e dos últimos 12 meses.
Fonte: IBGE – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta em maio. A maior variação veio do grupo Saúde e Cuidados Pessoais, com alta de 0,69% e 0,09 p.p. de contribuição. Já os maiores impactos vieram de Alimentação e bebidas, de 0,62%, e Habitação, com 0,67%, com 0,13 p.p. e 0,10 p.p. respectivamente. Os demais grupos ficaram entre o (-0,53%) de Artigos de residência e o 0,50% de Vestuário.
Tabela 2 – IPCA – Variação mensal e impactos por grupo.
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços.
No grupo Saúde e Cuidados Pessoais, com variação de 0,69%, o resultado foi influenciado pelo plano de saúde, com acréscimo de 0,77%, e pelos itens de higiene pessoal, 1,04%, com destaque para as altas do perfume, 2,59%, e do produto para pele, com 2,26%.
Em Alimentação e bebidas, 0,62%, a alimentação no domicílio desacelerou de 0,81% em abril para 0,66% em maio. Foram observadas altas nos preços da batata inglesa, 20,61%, cebola, 7,94%, leite longa vida, 5,36%, e café moído, de 3,42%.
A alimentação fora do domicílio, 0,50%, registrou variação acima do mês anterior, de resultado em 0,39%. Enquanto o lanche acelerou de 0,44% para 0,78%, o subitem refeição, com 0,36%, teve variação próxima à observada no mês de abril, com 0,34%.
No grupo Habitação, com resultado de 0,67%, a alta da energia elétrica residencial, de 0,94% e 0,04 p.p., foi influenciada pelos reajustes tarifários aplicados nas seguintes áreas: Salvador, de 3,67%, com reajuste de 1,63% a partir de 22 de abril; Belo Horizonte, com 0,82%, de 6,76%, a partir de 28 de maio; Campo Grande (-0,32%), de (-1,17%) a partir de 08 de abril; Recife (-1,42%), de (-2,64%), a partir de 29 de abril; Fortaleza (-1,63%), de (-2,92%) a partir de 22 de abril; e Aracaju (-1,69%), de 1,16% a partir de 22 de abril.
Ainda em Habitação, a alta da taxa de água e esgoto, de 1,62%, decorre dos reajustes tarifários em São Paulo, Curitiba e Goiânia. Em gás encanado, com inflação de 0,30%, houve reajuste de 0,97% no Rio de Janeiro, a partir de 1º de maio.
No grupo Transportes, de 0,44%, houve aumento na passagem aérea, com 5,91% e 0,03 p.p. Em relação aos combustíveis, cujo impacto foi de 0,45%, somente o gás veicular (-0,08%) teve queda, enquanto o etanol, 0,53%, óleo diesel, 0,51% e a gasolina, 0,45%, registraram alta nos preços.
Ainda em Transportes, a variação do metrô, de1,21%, foi decorrente do reajuste de 8,69% no Rio de Janeiro, a partir de 12 de abril. No subitem táxi, com 0,55%, houve reajuste médio de 17,64%, a partir de 22 de abril, em Recife.
Regionalmente, somente Goiânia (-0,06%) registrou queda de preços, por conta do recuo na gasolina (-3,61%) e no etanol (-6,57%). Já a maior variação ocorreu em Porto Alegre, com 0,87%, influenciada pelas altas da batata inglesa, 23,94%, gás de botijão, 7,39% e gasolina, com 1,80%.
Tabela 3 – IPCA – Variação mensal por região, peso regional, variação acumulada no ano e nos últimos 12 (doze) meses, em porcentagem (%).
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de índices de Preços.
O Observatório de Economia está atento aos cenários econômicos que podem contribuir para oscilações de preço e sempre divulgará as informações.
REFERÊNCIAS
IBGE. IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/economicas/precos-e-custos/9256-indice-nacional-de-precos-ao-consumidor-amplo.html. Acesso em: 11 de junho de 2024.
AGÊNCIA IBGE NOTÍCIAS. IPCA foi de 0,46% em maio. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/releases/40340-ipca-foi-de-0-46-em-maio. Acesso em: 11 de junho de 2024.
Texto elaborado por: Luiz Guilherme G. R. Pereira, Gustavo Marinho, Caio Said e Vitor Bacchi – acadêmicos do curso de ciências econômicas – ESAN/UFMS.
Orientação: Prof. Dra. Luciane Carvalho, do curso de Ciência Econômicas – ESAN/UFMS.