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ÍNDICE DE PREÇOS AO CONSUMIDOR AMPLO – IPCA DE MARÇO DE 2024

Postado por: MARIA FERNANDA SANTOS CARVALHO

O Observatório de Economia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (OBCON) acompanha o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) informado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e procura informar a sociedade seus valores.

O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, e se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 40 salários-mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília. Seu cálculo é feito a partir da média ponderada dos preços de nove grupos de produtos e serviços, que são: alimentação e bebidas, habitação, artigos de residência, vestuário, transporte, saúde e cuidados pessoais, despesas pessoais, educação e comunicação. Cada grupo tem um peso específico na composição do índice, refletindo a importância relativa dos gastos das famílias brasileiras. Os preços são atualizados mensalmente para examinar as mudanças no custo de vida da população.

 Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados no período de 01 de março a 28 de março de 2024 com os preços vigentes no período de 30 de janeiro a 29 de fevereiro de 2024. 

Por meio do IPCA, é possível analisar como está a economia do país. Sendo o principal índice medidor da inflação, ele serve de referência para o monitoramento da inflação por parte do Governo Federal, bem como de informação para definir metas anuais de políticas econômicas. 

De acordo com a publicação do IPCA realizada pelo IBGE no dia 10 de março deste ano – 2024 –, a inflação do país desacelerou e foi de 0,16%, ficando 0,67 ponto percentual abaixo da taxa de fevereiro, de 0,83%. No ano, o IPCA acumula alta de 1,42% e, nos últimos 12 meses, de 3,93%, abaixo dos 4,50% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em março de 2023, a variação havia sido de 0,71%.

TABELA 1 – IPCA – Taxa mensal e comparação com o mês de março do ano passado (2023). Acumulado do ano e dos últimos 12 meses.

Fonte: IBGE – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, seis tiveram alta em março. A maior variação, de 0,53%, e o maior impacto, de 0,11 ponto percentual (p.p.), vieram de alimentação e bebidas. Na sequência, veio o grupo saúde e cuidados pessoais, com 0,43% e 0,06 p.p. No campo negativo, destaca-se a queda de transportes (-0,33% e -0,07 p.p.). Os demais grupos ficaram entre o (-0,13%) de comunicação e o 0,33% de despesas pessoais.

Tabela 2 – IPCA – Variação mensal e impactos por grupo.

Fonte: IBGE – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo.

Em alimentação e bebidas de resultado de 0,53%, a alimentação no domicílio desacelerou de 1,12% em fevereiro para 0,59% em março. Destacam-se as altas da cebola, 14,34%, do tomate, 9,85%, do ovo de galinha, 4,59%, das frutas, 3,75%, e do leite longa vida, com 2,63%.

A alimentação fora do domicílio, com de 0,35%, também desacelerou em relação ao mês anterior, que foi de 0,49%. Enquanto o lanche acelerou de 0,25% para 0,66%, o subitem refeição, 0,09%, teve variação inferior à observada no mês de fevereiro, 0,67%.

No grupo saúde e cuidados pessoais, de 0,43%, o resultado foi influenciado pelas altas do plano de saúde, com 0,77%, e dos produtos farmacêuticos, com 0,52%. Destes, destacam-se o anti-infeccioso e antibiótico, com variação de 1,27%, e o analgésico e antitérmico, de 0,55%.

Em habitação, cujo valor correspondeu a 0,19%, a energia elétrica teve alta de 0,12%, influenciada por reajustes de 3,84%, a partir de 15 de março, e de 2,76%, a partir de 19 de março, aplicados nas duas concessionárias pesquisadas no Rio de Janeiro (1,18%).

Em taxa de água e esgoto houve aumento de 0,04%, por conta do reajuste de 4,04% em Aracaju, 4,04%, a partir de 1º de março. No resultado do gás encanado (-0,05%), houve apropriação residual dos seguintes reajustes tarifários, com vigência a partir de 1º de fevereiro: no Rio de Janeiro (-0,09%), redução média de 1,30%; e em Curitiba (-0,15%), redução de 2,29%.

No grupo transportes (-0,33%), houve queda nos preços da passagem aérea (-9,14%). Entre os combustíveis – 0,17% – pesquisados, etanol e gasolina tiveram alta de 0,55% e 0,21%, respectivamente, enquanto gás veicular (-2,21%) e óleo diesel (-0,73%) registraram recuo nos preços. O subitem táxi apresentou alta de 0,23% devido ao reajuste de 8,31% em Belo Horizonte (2,28%), a partir de 8 de fevereiro.

Ainda em transportes, a variação do ônibus urbano (-0,06%) foi influenciada pela unificação de tarifas em Recife (-1,21%), a partir de 3 de março; e pelo reajuste de 2,15% em Campo Grande, a partir de 15 de março. Em ônibus intermunicipal, correspondente a 0,75%, reajustes foram aplicados no Rio de Janeiro, com resultado de 6,93%, a partir de 24 de fevereiro. No subitem trem (-0,19%), houve incorporação residual da redução de 4,05% nas tarifas no Rio de Janeiro, correspondendo a (-0,42%), a partir de 2 de fevereiro.

Nos índices regionais, somente Porto Alegre (-0,13%) registrou recuo de preços, por conta da queda nos preços da batata-inglesa (-18,42%) e da gasolina (-2,41%). Já a maior variação ocorreu em São Luís, com 0,81%, influenciada pela alta do tomate, de 23,51%.

Tabela 3 – IPCA – Variação mensal (%) por Região.

Fonte: IBGE – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo.

O Observatório de Economia está atento aos cenários econômicos que podem contribuir para oscilações de preço e sempre divulgará as informações.

REFERÊNCIAS

IBGE. IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/economicas/precos-e-custos/9256-indice-nacional-de-precos-ao-consumidor-amplo.html. Acesso em: 10 de abril de 2024.

AGÊNCIA IBGE NOTÍCIAS. IPCA foi de 0,16% em março. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/releases/39716-ipca-foi-de-0-16-em-marco. Acesso em: 10 de abril de 2024.

Texto elaborado por: Luiz Guilherme G. R. Pereira, Gustavo Marinho, Caio Said e Vitor Bacchi – acadêmicos do curso de ciências econômicas – ESAN/UFMS.

Orientação: Prof. Dra. Luciane Carvalho, do curso de Ciência Econômicas – ESAN/UFMS. 

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