ÍNDICE DE PREÇOS AO CONSUMIDOR AMPLO – IPCA DE NOVEMBRO DE 2024

Postado por: MARIA FERNANDA SANTOS CARVALHO

O Observatório de Economia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (OBCON) acompanha o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) informado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e procura informar a sociedade seus valores.

O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, e se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 40 salários-mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília. Seu cálculo é feito a partir da média ponderada dos preços de nove grupos de produtos e serviços, que são: alimentação e bebidas, habitação, artigos de residência, vestuário, transporte, saúde e cuidados pessoais, despesas pessoais, educação e comunicação. Cada grupo tem um peso específico na composição do índice, refletindo a importância relativa dos gastos das famílias brasileiras. Os preços são atualizados mensalmente para examinar as mudanças no custo de vida da população.

Por meio do IPCA, é possível analisar como está a economia do país. Sendo o principal índice medidor da inflação, ele serve de referência para o monitoramento da inflação por parte do Governo Federal, bem como de informação para definir metas anuais de políticas econômicas. 

De acordo com a publicação do IPCA realizada pelo IBGE no dia 10 de dezembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo em novembro foi de 0,39% e ficou 0,17 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa de outubro (0,56%). No ano, o IPCA acumula alta de 4,29% e, nos últimos 12 meses, de 4,87%, acima dos 4,76% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em novembro de 2023, a variação havia sido de 0,28%. 

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, três tiveram alta em novembro. A maior variação (1,55%) e o maior impacto (0,33 p.p.) foram registradas em Alimentação e bebidas. Na sequência, vieram os grupos Transportes (0,89% e 0,18 p.p.) e Despesas pessoais (1,43% e 0,14 p.p.).

O principal impacto negativo (-0,24 p.p.) foi observado em Habitação (-1,53%). Os demais grupos ficaram entre os recuos de 0,04% de Educação e de 0,31% de Artigos de residência. 

Em Alimentação e bebidas (1,55%), a alimentação no domicílio passou de 1,22% em outubro para 1,81% em novembro. Foram observados aumentos nos preços das carnes (8,02%), com destaque para os seguintes cortes: alcatra (9,31%), chã de dentro (8,57%), contrafilé (7,83%) e costela (7,83%). Altas também foram observadas no óleo de soja (11,00%) e no café moído (2,33%). No lado das quedas, destacaram-se a manga (-16,26%), a cebola (-6,26%) e o leite longa vida (-1,72%).

A alimentação fora do domicílio (0,88%) registrou variação superior à do mês anterior (0,65%). O subitem refeição acelerou de 0,53% em outubro para 0,78% em novembro, enquanto o lanche passou de 0,88% em outubro para 1,11% em novembro.

No grupo dos Transportes (0,89% e 0,18 p.p.), o subitem passagem aérea subiu 22,65% e contribuiu com 0,13 p.p. no índice do mês. Os combustíveis caíram (-0,15%), influenciados pelas quedas nos preços do etanol (-0,19%) e da gasolina (-0,16%). Por sua vez, gás veicular (0,09%) e óleo diesel (0,03%) registraram variações positivas.

Ainda em Transportes, o subitem ônibus urbano subiu 3,64%, após gratuidades concedidas nas passagens nos dias de eleições municipais em diversas áreas de abrangência da pesquisa no mês de outubro. Em São Paulo, foram registradas reduções de (-0,43%) no trem e no metrô, decorrentes da apropriação da gratuidade concedida a toda população nos dias de realização das provas do ENEM.

Em Despesas Pessoais (1,43% e 0,14 p.p.), o resultado foi influenciado principalmente pelo cigarro (14,91% e 0,07 p.p.). Em 1º de novembro, houve aumento da alíquota específica do Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI incidente sobre cigarros. Altas também foram observadas nos subitens pacote turístico (4,12%) e hospedagem (2,20%).

No grupo Habitação (-1,53% e -0,24 p.p.), a energia elétrica residencial caiu 6,27% em novembro, com a vigência da bandeira tarifária amarela, a partir de 1º de novembro, que acrescentou R$ 1,885 a cada 100 kWh consumidos. Além disso, foram verificados os seguintes reajustes tarifários: de 4,97% em Goiânia (-2,13%), a partir de 22 de outubro; redução de 2,98% em Brasília (-9,30%), a partir de 22 de outubro; e redução de 2,88% em uma das concessionárias de São Paulo (-7,23%), a partir de 23 de outubro.

Ainda em Habitação, no subitem taxa de água e esgoto (0,04%), foi incorporado o reajuste médio de 32,77% em Rio Branco (32,77%), aplicado a partir 5 de janeiro e que não havia sido apropriado no índice. Em gás encanado (-0,15%), houve redução tarifária de 0,51% no Rio de Janeiro (-0,48%), a partir de 1º de novembro.

Regionalmente, a maior variação ocorreu em Rio Branco (0,92%), influenciada pela alta das carnes (8,04%). Por outro lado, a menor variação ocorreu em Porto Alegre (0,03%), por conta do recuo da energia elétrica residencial (-7,67%).

Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados no período de 30 de outubro a 28 de novembro de 2024 (referência) com os preços vigentes no período de 28 de setembro a 29 de outubro de 2024 (base).

O Observatório de Economia está atento aos cenários econômicos que podem contribuir para oscilações de preço e sempre divulgará as informações.

REFERÊNCIAS

IBGE. IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/economicas/precos-e-custos/9256-indice-nacional-de-precos-ao-consumidor-amplo.html. Acesso em: 10 de dezembro de 2024.

AGÊNCIA IBGE NOTÍCIAS. IPCA foi de 0,39% em novembro. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/releases/42144-ipca-foi-de-0-39-em-novembro#:~:text=No%20ano%2C%20o%20IPCA%20acumula,sido%20de%200%2C28%25.. Acesso em: 10 de dezembro de 2024.

Texto elaborado por: Luiz Guilherme G. R. Pereira, Gustavo Marinho, Caio Said e Vitor Bacchi – acadêmicos do curso de ciências econômicas – ESAN/UFMS.

Orientação: Prof. Dra. Luciane Carvalho, do curso de Ciência Econômicas – ESAN/UFMS. 

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