Preço da cesta básica em Campo Grande em agosto de 2021
O Observatório de Economia da UFMS (OBECON) acompanha o preço da cesta básica informado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) e, em especial na capital Campo Grande, procura informar a sociedade qual o reflexo de alterações no preço da cesta básica no bolso dos trabalhadores.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA 15), divulgado pelo IBGE, de agosto de 2021 foi de 0,89%, atingindo 0,17 ponto porcentual acima da taxa de julho (0,72%), sendo uma das maiores variações no mês de agosto desde 2002, onde o índice chegou a 1,00%. O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese, 2021) destaca o aumento no preço da carne bovina, tendo uma baixa disponibilidade do boi no pasto e o encarecimento dos insumos pecuários importados e da alimentação do gado. Por conta do encarecimento das carnes vermelhas, a carne de frango e porco tornou-se opções de substituição nas mesas brasileiras. A batata e o tomate foram um dos alimentos que acabaram sendo impactados pelas condições climáticas durante o ano, o que acaba ocasionando uma redução na oferta e um aumento nos preços.
Segundo o Dieese (2021), o valor da cesta básica em Campo Grande, atualizado em agosto, atingiu R$ 609,33. De forma comparativa, o consumidor desembolsou no mesmo período do ano anterior cerca de R$ 484,46, gerou um aumento de R$ 124,87 representando um aumento de 25,77%. O preço da cesta básica para uma família composta por quatro pessoas, sendo dois adultos e duas crianças, custa em média R$ 1.827,99, referente a agosto de 2021.
As alterações de preços ao longo do período podem ser observadas na tabela 1. Percebe-se que em Campo Grande houve queda na variação de preço apenas em quatro períodos sendo eles: dez/20, fev/21, mai/21 e jun/21, o restante do período a oscilação de preço foi de alta.
TABELA 1 – Gasto Mensal – Total da Cesta de ago/2020 à ago/2021

Fonte: adaptado pelas autoras a partir de DIEESE (2021)
No mês passado o gasto foi de R$ 588,84, ou seja, houve um aumento de 3,48% em relação a julho e, entre as cidades analisadas, a capital sul-mato-grossense foi a que apresentou a maior alta no preço da cesta básica no mês de agosto, conforme destacado na tabela 2, ocupando a 6° posição. Tendo como base a cesta mais cara do país, Porto Alegre custando R$ 664,67, o Dieese estima que o salário mínimo necessário deveria ser equivalente a R$ 5.583,90, o que corresponde a 5,08 vezes o valor do piso atual, de R$ 1.100,00.
TABELA 2 – Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos – Custo e variaçãoda cesta básica em 17 capitais – Brasil – agosto de 2021

Fonte: DIEESE (2021)
O valor da cesta compromete mais da metade do salário mínimo, chegando a 59,89% e, no ano, a variação foi de 5,70%. Em Campo Grande, o preço subiu 25,78% em 12 meses, número que mostra um dos maiores aumentos no valor da cesta básica entre as capitais em agosto, ficando atrás somente de Brasília. Dessa forma, um campo-grandense, para conseguir comprar a cesta básica, precisa trabalhar cerca de 121h52min. Os produtos que mais aumentaram de acordo com dados do Dieese (2021) foram: Batata (30,28%), carne bovina (0,26%), Banana (25,99%), Tomate (7,95%), Café em pó (6,60%), Açúcar cristal (3,62%), Manteiga (1,42%).
Enfim, percebe-se que os preços permanecem instáveis, e as estimativas não são as melhores, dessa forma quando for no mercado, continue atento. E sempre que possível pesquise os preços e aproveite as promoções.
REFERÊNCIAS
DIEESE. Em agosto, custo da cesta aumenta em 13 cidades. Disponível em: <https://www.dieese.org.br/analisecestabasica/2021/202108cestabasica.pdf>. Acesso em: 9 de setembro de 2021.
LEPESTEUR, Carla. Prévia da inflação fica em 0,89% em agosto, maior resultado para esse mês desde 2002. Mercado 1 M. Disponível em:
<https://mercado1minuto.com.br/artigo/2021-08-25/previa-da-inflacao-fica-em-089percent-em-agosto-maior-resultado-para-esse-mes-desde-2002>. Acesso em: 9 de setembro de 2021.
Texto elaborado pela equipe do eixo de economia regional:
Joselaine Fachinello Borges e Ludmila Regina Velozo de Camargo. Acadêmicas do 7º período do curso de Ciências Econômicas- Esan/UFMS.
Orientação Profa. Dra. Luciane Carvalho do curso de Ciência Econômicas – Esan/UFM

