Preço da cesta básica em Campo Grande em dezembro de 2021

Postado por: BRUNO FERREIRA CAETANO

O Observatório de Economia da UFMS (OBECON) acompanha o preço da cesta básica informado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) e, em especial na capital Campo Grande, procura informar a sociedade qual o reflexo de alterações no preço da cesta básica no bolso dos trabalhadores.

As altas mais expressivas em comparação a dezembro de 2020 foram registradas em Curitiba (16,30%), Natal (15,42%), Recife (13,42%), Florianópolis (12,02%) e Campo Grande (11,26%). Segundo o Dieese (2022) o valor da cesta básica em Campo Grande, atualizado em dezembro, atingiu R$ 641,37. De forma comparativa, o consumidor desembolsou no mesmo período do ano anterior cerca de R$ 576,48, registrando no mesmo mês do ano corrente um aumento de R$ 64,89. O preço da cesta básica para uma família composta por quatro pessoas, sendo dois adultos e duas crianças, custa em média R$ 1.924,11, referente a dezembro de 2021.

A tabela 1 mostra os preços da cesta básica na capital de Campo Grande, bem como suas variações.

TABELA 1 – Gasto Mensal – Total da Cesta de dez/2020 à dez/2021

Fonte: adaptado pelas autoras a partir de DIEESE (2022)

De acordo com a tabela 2, o valor da cesta básica compromete mais da metade do salário mínimo, chegando a 63,03%. Em Campo Grande, o preço subiu 11,26% em 12 meses, número que mostra que a capital ocupa o 5° maior aumento no valor da cesta básica entre as capitais em dezembro de 2021. As informações são da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos divulgada pelo DIEESE (2022).

TABELA 2– Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos – Custo e variação da cesta básica em 17 capitais – Brasil – dezembro de 2021

Fonte: DIEESE (2022)

Dessa forma, um campo-grandense, para conseguir comprar a cesta básica, precisa trabalhar cerca de 128h16min. Com base na cesta mais cara que, em dezembro, foi a de São Paulo, o Dieese (2022) estima que o salário mínimo necessário deveria ser equivalente a R$ 5.800,98. o que corresponde a 5,27 vezes o valor do piso atual, de R$ 1.100,00. Já em novembro, o valor mínimo necessário deveria ter sido de R$ 5.969,17, ou 5,43 vezes o piso em vigor.

A pesquisa revelou que no período entre dezembro de 2020 e de 2021, nove produtos acumularam alta nos preços em quase todas as capitais. Foram eles: carne bovina de primeira, açúcar, óleo de soja, café em pó, tomate, pão francês, manteiga, leite integral longa vida e farinha de trigo, no Centro-Sul, e de mandioca, no Norte e Nordeste.

Os produtos que mais aumentaram em Campo Grande, em dezembro, de acordo com dados do Dieese (2022) foram: banana (8,62%), café em pó (7,88%), açúcar (3,66%) arroz agulhinha (2,10%), manteiga (0,61%) e carne bovina (0,53%). Alguns produtos apresentaram reduções no preço, sendo: batata (-24,94%), tomate (-6,12%), feijão (-2,76%), leite de caixinha (-2,14%) e pãozinho francês (-1,85%).

Com as expectativas para 2022, um grande vilão vai continuar aterrorizando os lares dos campo-grandenses, a inflação. Com a inflação em alta o poder de compra diminui para o consumidor, fazendo seu dinheiro render menos e, dessa forma, cabe observar e analisar com cautela todos os gastos futuros e manter certo controle financeiro mais rígido no ano de 2022.

 

REFERÊNCIAS

DIEESE. Em 2021, cesta básica aumenta em todas as capitais. Disponível em:
<https://www.dieese.org.br/analisecestabasica/2021/202112cestabasica.pdf>. Acesso em: 11 de janeiro de 2022.

BORGES, Lúcio. Campo Grande é a 5ª capital com mais alta no valor da cesta básica em 2021. Enfoque MS. Disponível em: <https://www.enfoquems.com.br/campo-grande-e-a-5a-capital-com-mais-alta-no-valor-da-cesta-basica-em-2021/>. Acesso em: 12 de janeiro de 2022.

G1 MS. Campo Grande fecha 2021 com quinta maior alta no preço da cesta básica entre capitais, aponta Dieese. Disponível em: <https://g1.globo.com/ms/mato-grosso-do-sul/noticia/2022/01/07/campo-grande-fecha-2021-com-quinta-maior-alta-no-preco-da-cesta-basica-entre-capitais-aponta-dieese.ghtml>. Acesso em: 12 de janeiro de 2022.

 

Texto elaborado pela equipe do eixo de economia regional:
Joselaine Fachinello Borges e Ludmila Regina Velozo de Camargo. Acadêmicas do 7º período do curso de Ciências Econômicas- Esan/UFMS.
Orientação Profa. Dra. Luciane Carvalho do curso de Ciência Econômicas – Esan/UFMS

 

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