Preço da cesta básica em Campo Grande em fevereiro de 2022
O Observatório de Economia da UFMS (OBECON) acompanha o preço da cesta básica informado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) e, em especial na capital Campo Grande, procura informar a sociedade qual o reflexo de alterações no preço da cesta básica no bolso dos trabalhadores. Os preços da cesta básica, bem como suas variações na capital Campo Grande são mostrados na tabela 1.
TABELA 1– Gasto Mensal – Total da Cesta de fev/2021 à fev/2022

Fonte: DIEESE (2022)
Segundo o Dieese (2022) o valor da cesta básica em Campo Grande, atualizado em fevereiro, atingiu R$ 678,43. No mês passado o gasto foi de R$ 660,11, ou seja, houve um aumento de 2,78% no valor da cesta em comparação a janeiro de 2022. De forma comparativa, o consumidor desembolsou no mesmo período do ano anterior cerca de R$ 551,58, registrando no mesmo mês do ano corrente um aumento de R$ 126,85. O preço da cesta básica para uma família composta por quatro pessoas, sendo dois adultos e duas crianças, custa em média R$2035,29, referente a fevereiro de 2022.
De acordo com DIESSE (2022) é possível perceber as diferenças regionais nos preços da cesta básica, conforme tabela 2.
TABELA 2– Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos – Custo e variação da cesta básica em 17 capitais – Brasil – fevereiro de 2022

Fonte: DIEESE (2022)
De acordo com a tabela 2, o valor da cesta básica compromete mais da metade do salário mínimo, chegando a 60,51% de um salário mínimo que é de R$1.212. Em Campo Grande, o preço subiu cerca de 23% nos últimos 12 meses, número que mostra que a capital teve o maior aumento em um ano, dessa forma, para conseguir comprar a cesta básica, um campo-grandense precisa trabalhar cerca de 123h09min. A cesta básica da capital se tornou a sexta mais cara do país, ficando atrás apenas de São Paulo, Florianópolis, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Vitória. As informações são da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos divulgada pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE).
Com base na cesta mais cara que, em fevereiro, foi a de São Paulo, o Dieese (2022) estima que o salário mínimo necessário deveria ser equivalente a R $6.012,18, o que corresponde 4,96 vezes o valor do piso atual, de R$ 1.212. Já em janeiro, o valor mínimo necessário deveria ter sido de R $ 5.997,14, ou seja, 4,95 vezes o piso em vigor.
A batata registrou uma alta de (48,40%), graças à falta de chuva que reduziu a oferta e ocasionou na alta no varejo do alimento, outros alimentos obtiveram altas em várias capitais, mas não que expressassem alguma relevância. Em contrapartida, a manteiga teve uma redução na capital de (-1,51%). Segundo a DIEESE, os altos níveis no preço da carne bovina continuam sendo sustentados pela grande demanda internacional e pela baixa disponibilidade de animais para o abate. Porém, o mercado interno permaneceu com vendas enfraquecidas, o que limitou a alta no valor.
Com a inflação em alta no início de 2022, com uma previsão de que continue acima de 5% conforme às estimativas de agentes econômicos, a inflação mensal em janeiro (0,54%) foi mais alta que em janeiro de 2016, e o total de 10,38% no acumulado de 12 meses, isso divulgado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IPCA-IBGE). Alguns dos fatos que causam uma alta no setor da indústria e dos alimentos são as altas nas commodities como o petróleo e alimentos, a falta de insumos e a crise energética, que ocorre no Brasil por conta das últimas secas que vem atingindo o país nos últimos anos. A inflação brasileira tende a permanecer em uma forte ascensão, segundo a FGV (Fundação Getúlio Vargas), a projeção da safra agrícola também não é de se comemorar, eles mostraram que os fertilizantes subiram de preço cerca de 130% nos últimos 12 meses, com um risco de desabastecimento do produto.
REFERÊNCIAS
DIEESE. Valor da cesta básica aumenta em todas as capitais em fevereiro. Disponível em: <https://www.dieese.org.br/analisecestabasica/2022/202202cestabasica.pdf>. Acesso em: 10 de fevereiro de 2022.
FGV. IGP-M sobe 1,83% em fevereiro de 2022. Disponível em: <https://www.portalibre.fgv.br/sites/default/files/2022-02/igp-m_fgv_press-release-resumido_fev22_0.pdf>. Acesso em: 10 de fevereiro de 2022.
Texto elaborado pela equipe do eixo de economia regional:
Joselaine Fachinello Borges e Ludmila Regina Velozo de Camargo. Acadêmicas do 7º período do curso de Ciências Econômicas- Esan/UFMS.
Orientação Profa. Dra. Luciane Carvalho do curso de Ciência Econômicas- Esan/UFMS

