Preço da cesta básica em Campo Grande em outubro de 2021
O Observatório de Economia da UFMS (OBECON) acompanha o preço da cesta básica informado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) e, em especial na capital Campo Grande e, procura informar a sociedade qual o reflexo de alterações no preço da cesta básica no bolso dos trabalhadores.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA 15), divulgado pelo IBGE, de outubro de 2021 foi de 1,20%, superior ao resultado de setembro de 1,14%. Essa é uma das maiores variações no mês de outubro desde 1.995, onde o índice chegou a 1,34%.
Conforme o Dieese (2021), o valor da cesta básica em Campo Grande, atualizado em outubro, atingiu R$ 653,40. De forma comparativa, o consumidor desembolsou no mesmo período do ano anterior cerca de R$ 520,12, registrando no mesmo mês do ano corrente aumento de R$ 133, representando 25,62%. O preço da cesta básica para uma família composta por quatro pessoas, sendo dois adultos e duas crianças, custa em média R$1.960,20, referente a outubro de 2021.
De acordo com o IBGE, (2021), o responsável pela maior variação é o grupo dos transportes registrando 2,06%. Entre os produtos desta categoria esta as passagens aéreas e os combustíveis que no grupo em questão teve alta de 2,03%.
Além disso há outros produtos no grupo como automóveis e motocicletas.
Outro grupo é o da habitação que registrou 1,87%, quem foi o responsável pela alta no grupo foi a energia elétrica que registrou 3,91%. Ainda com a escassez hídrica, o mês permaneceu com a bandeira vermelha. Outro produto importante no grupo é o botijão de gás com alta de 3,8%. Outros grupos são de bebidas e alimentação que registrou 1,08% e o alimentação fora de domicílio que atingiu 0,97%.
A tabela 1 mostra os preços da cesta básica na capital de Campo Grande, bem como suas variações.
TABELA 1 – Gasto Mensal – Total da Cesta de out/2020 à out/2021

Fonte: adaptado pelas autoras a partir de DIEESE (2021)
De acordo com a tabela 2, o valor da cesta básica compromete mais da metade do salário mínimo, chegando a 64,22% e, no ano, a variação foi de 13,34%. Em Campo Grande, o preço subiu 25,62% em 12 meses, número que mostra um dos maiores aumentos no valor da cesta básica entre as capitais em outubro, ficando atrás apenas de Brasília.
Dessa forma, um campo-grandense, para conseguir comprar a cesta básica, precisa trabalhar cerca de 130h41min. Os produtos que mais aumentaram de acordo com dados do Dieese foram: tomate (32,69%), batata (21,39%), café em pó (9,81%), açúcar cristal (5,88%) e feijão carioquinha (0,83%). Um alívio para os bolsos veio de alimentos como arroz agulhinha e a banana que sofreram uma variação na faixa de 7,16% e 3,37%, respectivamente.
TABELA 2 – Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos – Custo e variação da cesta básica em 17 capitais – Brasil – outubro de 2021

Fonte: DIEESE (2021)
O tomate se tornou um vilão nas compras dos campo-grandenses, teve um aumento de cerca de 30% de acordo com o Dieese (2021) e, um dos motivos é a elevação do preço do Diesel, que por consequência de diversos reajustes nos últimos meses, faz com que produtos como alface, tomate, cenoura e afins sofra um aumento no bolso dos consumidores. Já o feijão, que em outras regiões recuou um pouco, em Campo Grande sofreu um aumento de 0,83%.
Todos esses acréscimos estão sendo enfrentados pelas famílias campo-grandenses, que vê o seu poder de compra sendo reduzido a cada aumento mensal nos preços. Sendo assim, quando estiver carregando o carrinho do supermercado, fique de olho nos valores!
REFERÊNCIAS
CAMPOS, Ana Cristina. Prévia da inflação fica em 1,20% em outubro. Agência Brasil. Disponível em: <https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2021-10/previa-da-inflacao-ficou-em-120-em-outubro>. Acesso em: 7 de novembro de 2021.
DIEESE. Em outubro, custo da cesta aumenta em 16 cidades. Disponível em:<https://www.dieese.org.br/analisecestabasica/2021/202110cestabasica.pdf>. Acesso em: 09 de novembro de 2021.
Texto elaborado pela equipe do eixo de economia regional:
Joselaine Fachinello Borges e Ludmila Regina Velozo de Camargo. Acadêmicas do 7º período do curso de Ciências Econômicas- Esan/UFMS. Orientação Profa. Dra. Luciane Carvalho do curso de Ciência Econômicas – Esan/UFMS

