O Observatório de Economia da UFMS (OBECON) acompanha o preço da cesta básica informado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) e, em especial na capital Campo Grande, procura informar a sociedade qual o reflexo de alterações no preço da cesta básica no bolso dos trabalhadores. Segundo o Dieese (2024) o valor da cesta básica em Campo Grande, atualizada em Outubro, atingiu R$751,06. Em Setembro de 2024 o gasto foi de R$714,63, ou seja, houve uma variação de 5,10% no valor da cesta em comparação. A tabela 1 mostra os preços da cesta básica na capital de Campo Grande.

Quadro 1– Gasto Mensal – Outubro/2023 à Outubro/2024

Fonte: DIEESE (2024)

De acordo com a tabela 2, o valor da cesta básica compromete mais da metade da renda líquida (já com desconto do INSS), chega a 57,50% de um salário mínimo que sofreu reajuste em Janeiro de 2024 no valor de R$1.412,00. A capital permaneceu em quinto lugar como uma das mais caras do país, atrás de São Paulo, Florianópolis, Porto Alegre e Rio de Janeiro. As informações são da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos divulgada pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE).

TABELA 2– Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos – Custo e variação da cesta básica em 17 capitais – Brasil – Outubro de 2024

Fonte: DIEESE (2024)

Com base na cesta mais cara que, em Outubro, foi a de São Paulo, segundo o Dieese (2024), o trabalhador remunerado pelo salário mínimo de R$1.412,00, mesmo com o reajuste no salário mínimo, precisou trabalhar 125 horas e 34 minutos para adquirir a cesta básica. Em Campo Grande, o tempo de trabalho mínimo necessário foi de 117 horas e 01 minutos, um aumento do tempo necessário comparado ao mês anterior.

Com o aumento das temperaturas, o preço da banana (5,53%) registrou nova alta, a mais expressiva entre as capitais pesquisadas mensalmente. Apesar da boa oferta do grão, o aumento no preço do feijão carioquinha (3,35%) interrompeu a trajetória de queda de preços, assim como o açúcar cristal (1,04%). No caso do adoçante, a orientação para a exportação e as perdas causadas pelos incêndios ocorridos nas principais regiões produtoras contribuiu para esse quadro. 

O tomate (17,21%), a carne bovina (8,62%),o café em pó (4,65%), o óleo de soja (4,20%) e a batata (1,69%) fecham o conjunto de alimentos que registraram altas em Outubro. 

REFERÊNCIAS

DIEESE.Custo da cesta básica aumenta em todas as cidades. Disponível em: <https://www.dieese.org.br/analisecestabasica/2024/202410cestabasica.pdf>. Acesso em: 07 de Novembro de 2024.

Texto elaborado pela equipe do eixo de economia regional:

Maria Fernanda Santos Carvalho. Acadêmica do 4° período do curso de Ciências Econômicas- Esan/UFMS.

Orientação Prof. Dra. Luciane Carvalho do curso de Ciência Econômicas- Esan/UFMS.

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